domingo, 3 de junho de 2012

Homenagem a Caio Fernando Abreu I e todas as memórias dentro de mim



"...Que te dizer?
Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária,
num aeroporto,que te acredito, que consegues mexer 
dentro-dentro de mim?É tão pouco. Não te preocupa. 
O que acontece é sempre natural - se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. 
Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz - a única que pintou até agora, "nesta minha vida de retinas fatigadas".
E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.
To morando, trabalhando, estudando e amando. Esses são os quatro foles da minha vida, no momento, e sobre cada um deles eu teria milhares de páginas a preencher..."


"...Por onde anda você, tão distanciada, tão silenciosa? 
Em que nova galáxia posso te encontrar outra vez, morena como uma princesa raptada por beduínos no deserto?
Vezenquando baixa uma saudade, quase sempre clara como
tem sido o ar verde-azulado deste verão, e fico sentindo falta do teu jeito lento de chegar pisando em nuvens, sempre azul.
As coisas andaram meio escuras para mim, durante muito tempo, depois, o fim do inverno levou as amarguras e tudo se 
renovou; estou pronto, outra vez, para te encontrar na areia do Leme ou nas salas estragadas do conservatório, expressões corporais, alquimias.
Hoje vesti verde, em homenagem ao eclipse em Capricórnio, e de repente, não mais que, a redação quase vazia, uma tarde quase quebrando de tão clara, você chegou na minha saudade.
Escrevo. Há muito tempo para dizer, mas é uma pena que não se possa mandar uma carta cheia de silêncio, que é música..."

Em geral tenho conseguido me manter num estado de espírito mais ou menos equilibrado.
Acho que as maiores depressões já passaram.
Andei chorando, ou então apático, dormindo potes.
Agora consegui pegar um certo fio, eu acho, e pelo menos admitir que as coisas pareçam um pouco estagnadas até que eu volte a me situar.



domingo, 27 de maio de 2012

Descubra o poder de transformação dos minerais

Este post faz parte da nova fase da minha vida profissional.
Desde março estou trabalhando como coordenador de educação nesta inovadora empresa americana chamada bareMinerals, onde a revolução da maquiagem mineral para as mulheres é o grande diferencial na vida de cada uma delas e tenho me sentido muito orgulhoso em fazer parte deste trabalho precursor no Brasil, onde terei várias oportunidade de compartilhar com todos que passam por aqui todas as novidades que virão a partir de junho e também todas as publicações e notícias que correm nos meios de comunicação a respeito da marca queridinha nos EUA e em outras partes do mundo. A única que realmente pode falar com propriedade sobre maquiagem mineral.

bareMinerals


Novas e outras formas do amor

Somos únicos na arte de amar
Desejo que todo aquele que amo ao meu alcance esteja para que eu não o perca de vista jamais
Quero percebê-lo ao meu toque e, até onde der sentir sua presença com o dedos das mãos
Sem que ele perceba, estar a espreita para não deixar escapar os detalhes
E antes que dê por conta, trago à cena seus desejos e vontades realizadas
Surjo inesperadamente trazendo de volta a segurança que ele ainda não tem
E que somente eu, mergulhado na minha prepotência, asseguro dar
Suavizo o lado ruim para que sobre o melhor quando estivermos a sós
Brinco dizendo que o Tempo acertou comigo uma parceria irrevogável
Esquecendo um pouco da gente, nos emprestando seu esquecimento
Como direito de estarmos mais juntos por mais tempo
Sopro para longe os seus medos - e são tantos:
De me perder - ele já me disse
Da descontinuidade - ele me confessou
Da finitude - choro com ele, mas digo que esqueça
Da solidão - para que? se estamos juntos...
De repente, a única pessoa que me ensinou a olhar para o céu
Dizendo que ao invés de focas nas cenas escuras e tristes do lixo e da violência
que observava da minha janela
Se tranca em seu mundo vazio, esconde a chave e me deixa de fora
A tentativa de entrar tem sido grande e incansável
Mas espero, reflito, envio sinais, fortaleço os sentimentos
Aguardo o contato. Olho para o céu
Como o mesmo céu pode ser preto e branco, claro e escuro, noite e dia, luz e escuridão
Assim também sei que uma hora a claridade vá invadir o seu esconderijo escuro
o trazendo de volta de onde ele nunca deveria ter saído
Meu amor é egoísta e mesmo altruísta, reconheço!
Desejo que ao meu lado esteja, sempre, mas forte, sereno, cuidado, amparado
protegido, vigiado, reconhecido, prestigiado, elogiado, enfim...
É difícil entender que para amar também é necessário, às vezes, deixar ir, se afastar
Quero que seja feliz, como diz a canção, e que o tempo venha logo apaziguando,
redefinindo caminhos, suavizando dores e promovendo ou fortalecendo os encontros
Que difícil façanha...Mais difícil ainda é permanecer vivo e lúcido.





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Filmes para ver e rever

Como estou em uma fase de rever velhos e novos filmes - e tenho este hábito há muito tempo que considero um dos melhores da vida - quero compartilhar com quem lê o blog os filmes que andam recentemente me distraindo e me fazendo novamente sonhar, rir, chorar e gostar de aprender.
Alguns deles:

TRANSAMERICA - 2005
A história de uma transexual americana prestes a fazer a cirurgia de mudança de sexo, descobre que tem um filho adolescente. Incrível caraterização que deixa a bonita interpretação da atriz Felicity Huffman ainda mais crível.

A FALECIDA + documentários PARTIDO ALTO e NELSON CAVAQUINHO.
É assim mesmo: uma caixinha de papel super bonita trás um livreto todo em preto e branco com informações sobre o primeiro filme da atriz Fernanda Montenegro (1965) e dois documentários sobre os sambistas Candeia (Partido Alto) e Nelson Cavaquinho, todos dirigidos por Leon Hirszman.

CASA DE AREIA - 2005
Filme dirigido por Andrucha Waddington e trás no elenco nomes como Fernanda Torres, sua esposa, Fernanda Montenegro, Seu Jorge, Luiz Melodia, entre outros.

ENTRE LENÇÓIS - 2008
Romance erótico bem ao gosto de picolé de chuchu - sem ritmo, com roteiro fraco e numa economia de cenários e ambientações de dar pena - que se não fosse a atuação esforçada de Reynaldo Giannechini e Paola Oliveira poderia certamente estar entre a lista dos piores do cinema brasileiro.

A PELE QUE HABITO - 2011
Mais recente direção de Pedro Almodóvar, que tem a minha declarada preferência entre alguns dos melhores diretores do mundo, mostra nesta trama uma versão de suspense que a gente poderia chamar de Frankenstein moderno.

O CÉU DE SUELY - 2006
Do mesmo diretor de Madame Satã, Karim Ainouz, conta a história de Hermínia, uma garota que depois de viver uns tempos em São Paulo, volta à sua cidade no interior do Ceará com um filho. Depois de uma temporada na cidade, esperando que o pai da criança chegue, ela resolve voltar à metrópole, e para conseguir dinheiro faz uma rifa do seu próprio corpo.

KIKA - 1993
A direção frenética, divertida, enlouquecida em uma atmosfera quase surreal de Pedro Almodóvar, faz deste filme, ao meu ver, um dos melhores da carreira do diretor misturando uma maquiadora de cadáveres, uma apresentadora macabra de reality show chamada Andrea Caracortada, uma ator pornô, uma empregada doméstica lésbica apaixonada pela patroa, entre outras personagens não menos loucas.

XXY - 2007
Filme argentino com o ator Ricardo Darín que conta a história da menina Alex, hermafrodita, em seu conflito com a identidade e orientação sexual em desacordo com o corpo que ela vê. Sem aprofundar no assunto e tampouco nos diálogos, o filme deixa de ser um trailler temático - o que neste aspecto é saudável - e também não surpreende em seu andamento.

GRAN TORINO - 2008
Mais um filme produzido e dirigido pelo ator Clint Eastwood se mostra competente, mas também decepciona se comparado a outros de sua direção/produção como Menina de Ouro e Invictus, que se mostraram mais maduros, fortes e de ótimo roteiro.

VICKY CRISTINA BARCELONA - 2008
Eu adoro as comédias/romances de crítica social americana ao gosto de Woody Allen. Sempre gostei. Me lembro de gostar muito de ver seus filmes quando garoto passando em uma sessão da tarde qualquer sempre com a sensação de leveza, irreverência e muita inteligência. Esse não deixa nada a desejar, sem deixar de mencionar que o seu mais recente MEIA NOITE EM PARIS é, sem sombra de dúvida, um dos seus melhores feitos no cinema.

ELES NÃO USAM BLACK TIE - 1981
Um dos filmes que mais gosto de ver e todas as vezes sempre me emociono na sua última cena. Fernanda Montenegro (a atriz que mais amo ver) e Gianfrancesco Guarnieri incríveis, fortes, plenos sob a direção de Leon Hirszman.

Fica a dica!!!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O perfeito imbecil politicamente incorreto.

Adoro ler a CartaCapital pelo seu conteúdo informativo cheio de bom senso, gente boa que tem o que dizer e porque reúne, para mim, alguns colunistas que escrevem coisas que gostaria de ter escrito e ouvir de alguém que pensa o mundo, o nosso país e sua situação política/social de uma forma consciente, realista, indignada e num tom esquerdista, se ainda posso ousar a me referir a alguém nestes termos partidários; entre estes colunistas o jornalista e deputado federal pelo PSOL Jean Wyllys e a jornalista Cynara Menezes, de quem transcrevo um artigo muito bem escrito que nos ajuda a identificar entre nós, quem é o cara intitulado por ela de perfeito imbecil politicamente incorreto.

O perfeito imbecil politicamente incorreto
3 de outubro de 2011 às 21:54h

Em 1996, três jornalistas - entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro - lançaram com estardalhaço o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano". Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundias depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.

Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano como gerou filhos. No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação. Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:

1. o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.

2. o comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.

3. o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.

Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja", e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

+ Criolo

MERECIDA PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA ENSAIO DA TV CULTURA, COM FERNANDO FARO, EM 18 DE SETEMBRO DE 2011.

"...Di Cavalcanti, Oiticica e Frida Kalho têm o mesmo valor que a benzedeira do bairro..."








sábado, 3 de setembro de 2011

Música boa + talento da periferia

Criolo, "mano" rapper paulistano do Grajaú, para mim já transcendeu a barreira do hip hop, pop ou seja lá que categoria couber.
Ele é bom, muito bom e ponto.